Graciano : um imperador em luta contra alamanos e godos. (Séc. IV D.C.)

Abstract

Abstract: In a fourth century marked by constant threats to the power of empire, authors such as the senator Quintus Aurelius Symmachus, the historian Ammianus Marcellinus and the bishop Ambrose, put their feathers at the service of identifying the barbarian enemies that plagued the empire of Gratian. According to these discourses, perfidy and falsehood dominated the Goths; the ferocity, the Alamanos. In Gratian were the virtues necessary to overcome these enemies. A coin coined under Gratian also carried this elaboration. In this article, I investigate the contrasts generated between vices and virtues to propagate dichotomies rooted in that society: barbaric savagery against Roman civility. I suggest that such comparisons emphasized the perilousness of foreign peoples and, on the other hand, emphasized imperial public utility.

Resumo: Em um século IV marcado por ameaças constantes ao poder de império, autores como o senador Quinto Aurélio Símaco, o historiador Amiano Marcelino e o bispo Ambrósio, colocaram suas penas a serviço da identificação dos inimigos bárbaros que assolavam o império de Graciano. Segundo estes discursos, perfídia e falsidade dominavam os godos; a ferocidade, os alamanos. Em Graciano estavam as virtudes necessárias para vencer estes inimigos. Uma moeda cunhada sob Graciano também carregava esta elaboração. Neste artigo, investigo os contrastes gerados entre vícios e virtudes para propagar dicotomias arraigadas àquela sociedade: a selvageria bárbara contra a civilidade romana. Sugiro que tais comparações destacavam a periculosidade dos povos estrangeiros e, em contrapartida, realçavam a utilidade pública imperial.