Um vestigio das Sergas de Esplandián, de Garci Rodríguez de Montalvo (1510), em La guerra gaucha, de Leopoldo Lugones (1905)

Abstract

Já na década de mil novecentos e sessenta, Marcel Bataillon manifestava, com certo endado, que indagar-se sobre a impressâo que o modelo literário dos livros de cavalaria tinha deixado na empresa histórica da conquista e da colonizaçao da América e em algumas textualizaçoes próprias desta, como as cronicas, constituía uma moda um tanto tediosa; para além dessa opiniao, certamente eivada de valoraçao afetiva, pode-se postular a força, a consistencia e a produtividade de uma prática hermenéutica que, tanto entre os americanistas e os historiadores encarregados de esclarecer os modelos vitais, ideológicos e culturais que em parte explicam a definiçao peculiar do imaginário da conquista e da primeira colonizaçao do Novo Mundo, como entre os hispanistas e filólogos empenhados em determinar os alcances da fortuna literária e projeçao extraliteraria dos principais motivos, mitemas e estilemas da vasta e fecunda espécie narrativa dos livros de cavalaria, tem já meio de uma saudável vitalidade...